quinta-feira, 8 de julho de 2010

# Treinamento (1º dia)

# Malásia 2010a
Chegamos!
Depois de 60 horas de viagem, contando todos os trajetos desde Engenheiro Coelho, SP, até o aeroporto de Guarulhos, chegamos à Malásia. Estamos no Estado de Sabah, na cidade de Kota Kinabalu. A foto retrata um pouco do país. Após conversa com os militares, tivemos autorização para fotografar, mas apenas nesse local. Afinal, o aeroporto de Kota Kinabalu é uma base militar e as fotos são restritas.

Apresentamos os passaportes e fomos aceitos como turistas. Por aqui, essa é a maneira de conseguir entrar e desenvolver as séries de evangelismo. Programas religiosos oficiais vindos de fora não são bem vistos. Ou seja, chegamos como turistas para ajudar o programa oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Kota Kinabalu.

# Malásia 2010b
Pr. Luís Leonor (ShareHim)

O primeiro dia de trabalho na Malásia foi muito bom. No treinamento, recebemos detalhes sobre o país e conhecemos os pastores locais. Percebemos que a principal dificuldade para a pregação do evangelho não é a financeira, mas sim a repressão do sistema muçulmano. Para os jovens que procuram um lugar para viagem missionária fica aqui a dica, Malásia. Povo acolhedor, moeda mais fraca que o real e desafios tremendos para batismos e ajudas cristãs. No treinamento, já sentimos a mão de Deus nos conduzindo.

Para saber +
Siga os perfis www.twitter.com/eduardoteix e www.twitter.com/felipetonasso
Você pode acessar também: http://tonasso.blogspot.com/

Missão Malásia

Começa aqui o diário de bordo da viagem missionária para a Malásia. Algumas explicações são necessárias para que todos possam participar de maneira mais interativa, não só lendo as novidades desse projeto, mas orando em prol de toda essa movimentação. Dividiremos o diário em três partes: antes, durante e depois. As informações são fornecidas pelo jornalista e estudante de Teologia Eduardo Teixeira, que além de pregar, participa do projeto gravando um documentário e preparando uma matéria especial para a edição da Conexão JA de outubro. Vale a pena conferir e divulgar!




#
O que é?

O projeto Missão Malásia é a aventura missionária de seis alunos de Teologia e seu professor Berndt Wolter. A iniciativa é uma parceria do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho com a organização ShareHim (www.sharehim.org). É a primeira vez que o curso envia alunos para esse país asiático que pertence a Janela 10/40, delimitação geográfica que vai do oeste da África à Ásia, em que presença cristã é minoritária ou inexistente em alguns países.




Nessa região do Planeta, a liberdade religiosa, quando existe, é frágil. Logo, muitos cristãos e missionários sofrem perseguição. Ali, o cristianismo avança mais vagarosamente. Para entender melhor as tensões religiosas na Janela 10x40, acesse o estudo. Os dados disponíveis nesse link se referem às perseguições oficiais do Estado ou aos ataques de parte da população.

#O campo missionário



• É um país do sul asiático.

• Tem 28 milhões de habitantes.

• Dentre os muitos dialetos, o malaio é a língua mais falada, seguida do inglês.

• A capital é Kuala Lumpur.

• 60,4% da população é islâmico e toda estrutura governamental é dominada por um partido muçulmano.

• De acordo com o artigo 160 da Constituição da Malásia, todos os malaios deveriam ser considerados de etnia muçulmana, apesar da grande diversidade étnica-histórica da população da região.

• Na Malásia, 9,1% dos habitantes são cristãos. No Brasil, o número de cristão se aproxima de 95% da população.

#Doações

Só estamos aqui (eu especialmente) por causa das doações do Quiet Hour e de várias igrejas e amigos que ajudaram. Esse é um espaço também para agradecer quem ajudou. Obrigado! O versículo que marcou o período em questão foi: “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo” (Lc 6:38).

# O projeto

A viagem é para a cidade de Kota Kinabalu na região de Sabah, a parte menos favorecida da Malásia. Vamos pregar para chineses e indianos, além dos malaios, em maior quantidade. Serão 19 noites de pregação em inglês. Para isso contamos com as apresentações preparadas pelo ShareHim que contam com sincronização, ou seja, enquanto o orador lê os tópicos em inglês são projetos os slides em malaio para o público. Na agenda do dia está previsto: estudar os sermões pela manhã, visitar na parte da tarde e pregar à noite.

# Curiosidade

Os muçulmanos exclusividade no uso da palavra Alá, por isso, poderemos usar apenas God, Jesus e Holy Spirit. Ver matéria da Época.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dupla aprovação

Professora relata como conquistou o diploma universitário sem abrir mão da guarda do sábado

Estou escrevendo a seguir um pouco da minha história como universitária. Resolvi fazer isso porque vejo muitos jovens abandonando seus princípios, especialmente a guarda do sábado, por causa das aulas. Meu nome é Brunna Laryelle Silva Bomfim e moro em Nazaré do Piauí, PI, cidade com menos de 10 mil habitantes, a duzentos quilômetros de Teresina. Em 2006, aos 16 anos, fui aprovada no curso de Ciências Biológicas do CEFET-PI (atualmente IFPI), campus Floriano. Nunca dei trabalho aos meus pais em relação aos estudos, mas meu Ensino Médio não foi muito bom, por isso, enfrentei muita dificuldade na universidade.

Logo no primeiro semestre, já conversei com os professores e a coordenadora do curso sobre as aulas de sextas à noite. Em princípio, tudo ficou resolvido. Eu fazia as provas e trabalhos e entregava para os professores semanalmente. Porém, no fim do semestre, tive que fazer a prova final em duas disciplinas, justamente as mais importantes. Caso fosse reprovada nelas, não poderia cursar algumas matérias no semestre seguinte. As avaliações estavam marcadas para sexta à noite. Conversei com os professores e, apesar da má vontade de um deles, ambos aplicaram as provas na sexta de manhã. Quase todos os alunos que fizeram a prova naquela noite perderam a matéria, mas eu consegui passar. De 40 alunos, apenas dez passaram em todas as disciplinas do primeiro semestre, 15 desistiram e 25 continuaram o curso.

No período seguinte, tive a matrícula de uma disciplina cancelada por não assistir as aulas dos sábados pela manhã. Resultado: sem muitos problemas, cursei essa matéria no ano seguinte. Em 2008, um professor ateu que substituía a professora titular decidiu não abonar minhas faltas. Fui reprovada, mesmo tendo nota superior a de outros alunos que assistiram todas as aulas. O jeito foi refazer essa disciplina nas férias.
Nos estágios tive mais facilidade, pois adaptei os horários. Fiz muitas viagens para congressos e aulas de campo, porém, na maioria das vezes, elas foram realizadas nos fins de semana. Quando isso acontecia, no sábado, eu faltava às aulas ou eventos e procurava a igreja adventista mais próxima. Quando não tinha um templo na cidade, eu ficava no dormitório fazendo o culto sozinha. Dos 20 alunos da turma, eu era a única que não ia para as festas. A fidelidade é uma coisa necessária para aqueles que querem servir a Deus. Lá, ninguém estaria me vendo, por isso, poderia fazer o que eu quisesse, porém, Deus estava vendo, e isso é mais importante.

Terminei meu curso em 2009 e em março deste ano, minha turma participou da colação de grau. Dos 40 alunos que começaram o curso, só quatro terminaram no tempo certo. E eu, pela graça de Deus, estava entre eles, aos 20 anos, formada e aprovada em dois concursos públicos. Atualmente, trabalho numa cidade sem presença adventista. Tentei ser transferida dessa cidade, mas percebi que Deus queria que eu testemunhasse de alguma maneira ali. Sempre que possível faço cultos em um bairro. Minhas alunas convidam pessoas, e ai eu canto, oro e prego para elas. Orem para que Deus me ajude. Na universidade existem muitas formas de esquecermos de Deus, mas há outras de nos achegarmos a Ele. Se você passa por algo parecido, implore pela ajuda Dele!

Conheça o blog da igreja da Brunna: http://adventistasnazare.blogspot.com/ ou compartilhe sua experiência com ela, pelo e-mail: http://www.blogger.com/brunnalaryelle@yahoo.com.br

terça-feira, 6 de julho de 2010

Além de seu tempo

Professor defende tese doutoral que explica o pensamento de vanguarda de Ellen G. White

Nascido na Bolívia, mas radicado no Brasil, o professor e pastor Adolfo Semo Suárez deve à educação cristã sua conversão ao adventismo. O contato com a escola adventista na juventude o motivou a fazer da docência seu ministério. Toda sua carreira tem sido dedicada ao ensino religioso no Ensino Fundamental, Médio e Superior. Autor de três livros, Adolfo também é co-autor da série Interativa de Ensino Religioso (http://www.cpb.com.br/), utilizada nas escolas adventistas brasileiras. Nessa entrevista, ele fala sobre o tema de sua tese doutoral, defendida há pouco mais de um mês na Umesp, em São Bernardo do Campo, SP. Durante dois anos, um deles passado nos Estados Unidos, Adolfo estudou por que a americana Ellen Gold White, principal referência da educação adventista, escreveu e promoveu conceitos educacionais de vanguarda para sua época. Ele é formado em Teologia e Pedagogia, é mestre em Ciências da Religião, é professor assistente do MBA em Liderança da Andrews University (EUA) e docente do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Engenheiro Coelho, SP.

1) Parece-me que as conclusões de sua pesquisa apontaram para alguns conceitos educacionais de vanguarda de Ellen White, escritos no século 19. Em que aspectos ela se mostrou além de seu tempo?

Em diversos aspectos. Aponto ao menos dois. Em seus escritos há uma sólida abordagem sobre o caráter holístico da educação, discussão que seria valorizada por outros autores apenas algumas décadas depois de seu primeiro e famoso texto chamado “A Educação Ideal” (Testemunhos Seletos, vol. 3). Ela defendia que deveria se evitar a fragmentação educacional e se valorizar todos os aspectos do homem, inclusive o espiritual.

Outro conceito pioneiro do pensamento de White foi a temática da libertação-liberdade, especificamente quanto ao pensamento reflexivo. Enquanto que a tendência da sua época era a padronização e ortodoxia da educação, que produzia estudantes “formatados”, ela defendeu o desenvolvimento do senso crítico, a fim de que os alunos simplesmente não refletissem o pensamento de outros.
A postura de Ellen White é inovadora e até ousada para seu tempo, e adquire maior significado quando percebemos que suas ideias contrariaram seu próprio grupo religioso, que, de modo geral, preferia não investir em educação devido sua crença na brevidade da volta de Jesus.

2) A ideia de uma educação libertadora, conforme concebida por Paulo Freire, é recorrente nas discussões sobre educação. O que ele pensava sobre isso e como seus estudos convergem e divergem da posição de Ellen White?

Nas palavras de Freire, o ser humano tem consciência de sua finitude. E sua transcendência nasce justamente “na consciência que tem desta finitude. Do ser inacabado que é, cuja plenitude se acha na ligação com seu Criador” (Educação como Prática da Liberdade, p. 48). Ao contrário dos fenomenólogos, conforme André Gustavo Ferreira da Silva, Freire entende “que a liberdade [...] não é a transcendência em si, mas a sua completude pela dimensão supra mundana, a suprema autonomia diante da própria materialidade”, ultrapassando “o mundo e sua própria materialidadade”(O Conceito de Liberdade no 1º Paulo Freire, p. 7). Esse conceito parece estar em sintonia com a ideia de White sobre a impotência humana, que impossibilita o homem de escapar de suas próprias limitações, tornando indispensável a participação divina. Já a principal divergência entre White e Freire é a respeito dos fundamentos da liberdade: enquanto White entende a liberdade como fundamentada em Deus – é um chamado divino – Freire a compreende como um desejo do oprimido, o qual nasce no coração dele.

3) Como a experiência de superação pessoal de Ellen White influenciou seus escritos?

Ao analisar a infância de Ellen White, percebo que desde a meninice ela foi forçada a aprender a lidar com a rejeição. Sentia-se rejeitada por ser diferente em sua condição física (na infância, White recebeu uma pedrada no rosto, o que lhe trouxe complicações de saúde para o resto da vida) e, consequentemente, sentia-se diferente por ser rejeitada. Essas rejeições se manifestaram ao longo da vida, especialmente quando seus conselhos e orientações estavam na contramão daquilo que a maioria esperava.

Creio que podemos enxergar na experiência de superação pessoal de White uma metáfora daquilo que todo sujeito é capaz de alcançar, especialmente quando se conscientiza de suas limitações e possibilidades e de que deve, deliberadamente, ser o construtor de suas realizações, tendo Deus como o gerador de sentido para uma vida que muitas vezes parece não ter sentido. Essa pedagogia se mostrou importante para a nascente igreja, pois lhe apontou suas possibilidades e limitações e ensinou-lhe a depender de Deus em seus desafios.

4) Como o senhor explica a contribuição educacional de Ellen White para um movimento religioso, sendo que ela teve acesso a apenas à educação elementar?

Tenho plena convicção de que a percepção e o pensamento seminal de Ellen White sobre educação não eram possíveis por meios meramente humanos. Toda essa contribuição é fruto da revelação de Deus. Afirmo isso por que a abordagem de certos temas (serviço, pensamento crítico, redenção e educação, holismo educacional, para citar alguns) eram incipientes em sua época. Como ela teria a sensibilidade de abordá-los sem ter uma sólida formação teórica? Daí que só resta uma resposta sensata: foi fruto de revelação.

5) A educação confessional está em alta ou baixa? O que diferencia a filosofia educacional adventista dos demais modelos confessionais?

A educação confessional, de modo geral, não cresce. Mas a educação adventista avança a passos largos. E creio que avança, em grande medida, por causa de sua proposta diferenciada. E sua grande diferença não é a abordagem religiosa, pois essa temática é cada vez mais frequente na educação secular. Seu diferencial é, primeiramente, a proposta de transformação total da personalidade, a restauração da imagem de Deus no homem. A segunda distinção é a comunhão A educação adventista propõe fazer do processo ensino-aprendizado um ato de partilha, por isso valoriza a comunhão entre alunos e alunos, e entre estudantes e professores.

6) Além dos aspectos religiosos, quais são as contribuições do pensamento de Ellen White para hoje?

Muitas! Mas fico apenas na questão da redenção e do serviço. As implicações da noção de educação-redenção para a práxis educacional ocorrem em pelo menos três aspectos: (1) modifica o sujeito ao longo da vida, por que é um ensino que não se limita a sala de aula, sendo capaz de unir a educação familiar, escolar, social e eclesial; (2) modifica o sujeito em sua complexidade, promovendo todas as potencialidades humanas (não apenas as cognitivas), o sintonizando à demanda multidimensionais da sociedade. Finalmente, destaco que ela propôs uma práxis pedagógica que prepara para o serviço. Assim, mediante uma vida de utilidade, o ser humano é elevado acima da escravidão da artificialidade.

7) Que riscos reais as escolas adventistas correm de perder a identidade e como reverter esse processo?

A prática educacional se faz fundamentada em ideologias. Quando as ideologias assumidas (consciente ou inconscientemente) divergem da proposta que originou o movimento – as quais se mostram certas, apropriadas – então a prática educacional assume outro “rosto” ou “roupagem”, o que desfigura sua proposta inicial. A educação adventista corre esse risco porque, à medida que o tempo passa, vivemos mais longe dos fundadores, o que contribui para o esquecimento das ideologias fundantes. Como reverter esse processo? Precisamos refletir em nossas práticas, a fim de sermos capazes de discernir o que devemos reafirmar e solidificar, e o que devemos mudar para manter nossa missão e identidade. Para isto, nada melhor do que a releitura daquilo que um dia formou nossa identidade.

8) O senhor leciona e vive próximo a um campus de internato. Por que Ellen White apoiou a construção de internatos e qual é a relevância desse modelo hoje para os alunos do ensino superior?

Ela apoiou os internatos por que tinha a convicção de que haviam sido estabelecidos a fim de preservar os jovens das más influências. No seu entender, essas instituições deveriam prover uma “atmosfera doméstica” aos jovens, para resguardá-los “de tentações à imoralidade” (Counsels on Education, p. 154). Os internatos cumprem um papel fundamental hoje para os estudantes do ensino superior, oferecendo a eles uma sólida formação integral: cognitiva, social, emocional, física e espiritual, pois o internato – com suas diversas programações – cria possibilidades para isso. Ademais, nesse ambiente, o aluno adquire autonomia, responsabilidade e disciplina, elementos fundamentais para o sucesso profissional - Por Wendel Lima.

Saiba +
A Igreja Adventista mantém dezenas de internatos ao redor do mundo. No Brasil, seis campi oferecem cursos no ensino superior, confira:

Faama - Faculdade Adventista da Amazônia (Benevides, PA)
http://www.faama.org.br/
FADBA - Faculdades Adventistas da Bahia (Cachoeira, BA)
http://www.iaene.br/
Fadminas – Faculdades Adventistas de Minas Gerais (Lavras, MG)
http://www.fadminas.org.br/
IAP - Instituto Adventista Paranaense (Ivatuba, PR)
http://www.iap.org.br/
Unasp - Centro Universitário Adventista de São Paulo (Capital e interior)
http://www.unasp.edu.br/